Quando sonhamos, consideramos algo a ser alcançado. O que nem sempre se torna real, concreto. Mas sonhar é como dar o primeiro passo de uma jornada que pode se tornar para sempre.
Foi sonhando que nossos estudantes lideraram uma iniciativa ambiciosa: construir, do zero, uma biblioteca para crianças e jovens venezuelanos refugiados no Brasil, por meio do projeto “Mi Casa, Tu Casa”.
Com o apoio da Hands On Human Rights, instituição responsável pela articulação institucional com a Operação Acolhida e com a ONU, os adolescentes se dedicaram a buscar meios para tornar real o que parecia impossível. Afinal, como conciliar a rotina de estudos, às vésperas dos vestibulares e da conclusão do Ensino Médio, com a construção de uma biblioteca e todos os seus detalhes?
A resposta veio com criatividade, empatia e comprometimento social, de jovens que assumiram o protagonismo dessa história. Foi deles cada decisão, cada diálogo com empresas parceiras e cada ação que envolveu não apenas a comunidade Magno/Mágico de Oz. Mas atraiu olhares de famosos e anônimos. Gente que reconhece a importância do trabalho voluntário.
A primeira biblioteca nasceu! Foi inaugurada oficialmente no Centro de Acolhida Aldeias Infantis SOS Brasil, em São Paulo. Cerimônia rica em significado, contou com a presença do representante do ACNUR no Brasil, Jose Egas, da diretora do Magno/Mágico de Oz, Cláudia Tricate, com os protagonistas desta história e também com a razão de todos os esforços: as crianças venezuelanas.
Em pouco mais de um mês, foram 600 livros arrecadados e 200 cartas escritas pelos alunos da Escola, endereçadas às crianças refugiadas, que serão entregues durante uma visita feita pela comissão de alunos gestores do projeto à Boa Vista, em Roraima, entre os dias 26 e 30 de julho.
Muito além de qualquer prêmio ou conquista acadêmica, chegou a hora de acompanharmos mais uma marca valiosa na formação cidadã dos nossos jovens e na vida de centenas de imigrantes venezuelanos em situação de vulnerabilidade, que cruzaram a fronteira para escrever uma nova história. Uma história que, agora, também é nossa.
